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SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

A semana da consciência negra é uma programação com vivências afro-referenciadas, em prol da consciência negra. O dia 20 de novembro teve como marco a morte de Francisco Zumbi, conhecido como Zumbi dos Palmares, líder quilombola brasileiro do quilombo dos Palmares no qual liderou ao lado de duas mulheres destemidas: sua avó Aqualtune e sua esposa Dandara. A data 20 de novembro nos convida a mergulhar em temáticas relacionadas à população negra, conscientizando a humanidade a cerca da condição do negro no Brasil.
No dia 21 de novembro, a partir das 14h, serão realizadas algumas atividades no Projeto Arte SIM! Com a programação da Semana da Consciência Negra, realizada pela parceria de coletivos afro pedagógicos e artistas locais, as atividades acontecerão simultâneamente no espaço do Projeto Arte SIM! Localizado na Rua Estrela D’alva – bairro 120, Santana de Parnaíba – SP, CEP 06528330, ponto de referência Parque Municipal Tibiriçá.

Nesta data (21), teremos a vivência da dança hip hop, com o arte educador Zulu Lean , educador de danças urbanas, frevo, soul funk, breaking e hip hop, através do Tarimbado Urbano, projeto itinerante de arte urbana e cultura popular. Simultaneamente teremos a vivência de recital, jogos literários/oralituras, leitura compartilhada do livro “Narrativas Negras” (biografias de mulheres negras) mediação realizada pelos poetas locais:
Caio Gabriel (@caio.gabriels), articulador cultural, escritor, estudante de letras na USP, idealizador do Sarau Marginália.
Josielma Ramos (@escritoraramos), poeta, mãe, artesã, escritora antologista com mais de 10 livros autopublicados, integrante do Coletivo Flores de Lótus (movimento literário feminino de Parnaíba).
Leila Santos (@pessoasolar), poeta, atriz e Curinga de Teatro da/o Oprimida/o, contadora de histórias, performer, integrante do Coletivo Flores de Lótus (movimento literário feminino de Parnaíba).
Romildo Silva (@romildodesouzasilva), poeta, ator, professor de teatro, sambador e escritor autopublicado.
Na ocasião convidamos o coletivo Sabenças @coletivosabencas (Projeto de formação de docentes para linguagens decoloniais) para se juntar na mediação de leitura. A programação não para por aí, no espaço teremos a presença do talentoso artista plástico e educador publicitário, Regiz ART (@regiz_art) com a exposição de suas telas que ressaltam a pintura com estética negra.

Semana da Consciência Negra
21 de novembro de 2021, a partir das 14h.
No projeto arte SIM!

Parcerias:

Coletivo/ong:
@projeto_artesim
@coletivofloresdelotus
@marginalia_sp
@coletivosabencas
Facebook: Tarimbado Urbano

Afro educadores:
@caio.gabriels
@escritoraramos
@pessoasolar
@romildodesouzasilva
@regiz_art
Facebook: Zulu Lean

Link de inscrição:
https://surveyheart.com/form/618c95616986b223168335d5

projetos

Oficina de escrita criativa – Casa das Pretas

Ontem dia 12/12 aconteceu a Oficina de escrita criativa no espaço cultural Mudar exige coragem, no centro histórico de Santana de Parnaíba, onde fui convidada a ministrar a oficina, foi um encontro lindo e uma troca de ideias prazerosa, expliquei um pouco sobre o que se fazer quando falta inspiração e os caminhos que podemos recorrer na falta dela.

A casa das pretas é um projeto Criado pela Leila Santos junto com a Cíntia Sales e tem o intuito de trazer oficinas abertas ao público e montar um rede de mulheres afro empreendedoras, nesse mês de dezembro acontecerá várias atividades artísticas no espaço, para ficar por dentro de tudo, basta seguir a página do Mudar exige coragem no instagram: @mudar_exige_coragem

Inspiração

O que é ser um escritor? – citações

Um poeta é alguém que fica na chuva esperando ser atingido por um raio” James Dickey.

Se o meu médico dissesse que eu tinha apenas seis minutos para viver eu não amuava, eu teclava mais rapidamente.” Isaac Asimov.

A revisão é um dos grandes prazeres da escrita. Adoro o florescer da reconsideração.” Bernard Malamud.

Escrever é a única coisa que, quando o faço, não sinto que deveria de estar a fazer outra coisa.” Gloria Steinem.

Escrever é a melhor forma de falar sem ser interrompido.” Jules Renard.

Qualquer pessoa pode fazer história. Mas apenas um grande homem pode escrevê-la.” Oscar Wilde.

Inspiração

Escritores que me inspiraram a seguir a carreira literária

Todo adolescente é fã de algum galã de cinema, novela ou de bandas e vocalistas, eu era fã de escritores, amava me perder nas páginas de seus livros, ficava horas na biblioteca municipal da minha cidade e eu era uma das poucas pessoas que tinha autorização para levar 3 livros de uma vez para casa, e ler esses livros e conhecer a vida desses autores de alguma forma me moldou a ser o que sou hoje, a paixão literária foi crescendo e a vontade de ser como eles também, e hoje nesse post eu quero falar sobre esses autores que mudaram a minha vida e como me sinto a respeito de cada um deles.

Vinicius de Moraes

1913 – 1980

Desde adolescente eu sempre fui muito apaixonada por Vínicius de Moraes, foi desse amor platônico que nasceu meu amor pela poesia, pelos sonetos e pela música,  foi através dele que nasceu meu fascínio pelo amor e o romantismo. Eu passava horas lendo seus poemas, as músicas que compunha e pesquisando sobre sua vida boêmia e seus muitos  amores, tudo que envolve a obra e vida de Vinicius me encanta e me inspira.

Agatha Christie

1890 – 1976

Agatha foi quem despertou meu desejo por romances policiais, foi ela que me fez ter curiosidade e me atentar aos detalhes em tudo que eu escrevo, acho que de todos os autores os livros dela foi os que mais li, o primeiro livro que li dela eu tinha quatorze anos e se chamava O caso dos dez negrinhos, e tanto esse como Convite para um homicídio fizeram eu me apaixonar de vez por histórias sobre crimes e detetives, ela faz a gente se prender a esse mundo e devorar seus livros numa velocidade indescritível,  meu sonho é um dia escrever algo tão incrível como ela.

Sidney Sheldon 

1817 – 2007

Ele assim como Agatha me colocou no mundo de crimes e conspirações, o que me fascinava sobre ele além de suas obras incríveis, era que ele ainda era vivo quando comecei a lê-lo, isso me dava a sensação de que um dia eu o conheceria, mas em 2007 ele faleceu e eu fiquei tão triste como se tivesse perdido um ente da família.

Eu comecei a ler os livros dele muito por acaso, minha tia trazia livros da casa da patroa dela e me dava, e no meio desses livros o dele me chamou a atenção, lembro de ir para o cursinho naquela época e ficar namorando os últimos livros lançados dele na livraria que ficava no meu caminho, mas a grande tristeza da minha vida era não poder comprar, pois na época do cursinho eu mal tinha dinheiro até pro lanche, então me contentava com os que eu ganhava, e depois o que facilitou minha vida para ler os livros dele foi a biblioteca municipal, ela salvou minha vida rsrs.

Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)

1923 – 1968

Com Stanislaw Ponte Preta aprendi a escrever com humor, que nem tudo deve ser levado tão a sério.

Na oitava série uma professora de língua portuguesa me apresentou o autor e cronista, foi um dos primeiros autor de crônicas que li na vida, e eu me deliciava lendo as coisas incríveis que ele escrevia, naquela época eu decidi que  um dia me tornaria uma cronista, eu escrevia algumas coisa, mas nunca achei nada bom o suficiente e a poesia me ganhou, mas ainda sou tão maravilhada por esse autor como eu era lá na oitava série, ele foi uma grande inspiração para eu seguir essa carreira.

Charles Bukowski

1920 – 1994

Charles Bukowski eu conheci só muito mais tarde, e não posso me gabar de ter lido muitas de suas obras, mas tem um poema dele que marcou minha vida e minha transição como escritora, na verdade esse poema foi mais um tapa na minha cara e um choque de realidade, bem a cara de Bukowski.

Com ele aprendi que um pouco de safadeza e bebedeira não faz mal a ninguém, aprendi a ser mais critica e um pouco rude, nem sempre ser rude é falta de educação, apenas mostra que ninguém pode dizer o que bem entender para você.

Florbela Espanca

1894 – 1930

No colegial conheci Florbela Espanca através de uma colega que era apaixonada pelos seus poemas, ela costumava escrever trechos dos poemas nos cantos de seu caderno, eu pesquisei sobre a poetisa e me apaixonei e me identifiquei tanto com suas dores,. Conhecida como a poetisa dos excessos, eu aprendi a transformar a dor em poesia graças a ela, pois alguém que sofreu tanto na vida jamais poderia escrever coisas tão lindas, e ela escreveu.

J.K Rowling

1965

Com J.K Rowling eu aprendi que sempre há uma luz no fim do túnel, que sempre se pode contar com a magia que há em nós e ter fé que tudo irá melhorar, que o fundo do poço pode ser sempre mais fundo, mas que no último instante há uma salvação.

Essa mulher é meu maior exemplo de superação, sofreu abuso do ex-marido, passou necessidades financeiras, mas nunca deixou nada faltar para sua filha, viveu de ajuda do governo mesmo sendo constantemente humilhada, mas não deixou se abater e hoje é simbolo de persistência.

Uma de suas frases que é a minha favorita foi citada no documentário 1 ano na vida de J.K Rowling, quando o entrevistador lhe pergunta, o que você gostaria que estivesse escrito na sua lápide, como gostaria de ser lembrada? e ela disse, apenas alguém que fez o que pode com o talento que tinha.

Eu não desejo ser como eles, pois como eles só há eles, mas eu desejo chegar onde eles chegaram e quem sabe um dia ser tão boa quanto eles, espero um dia poder inspirar alguém como eles me inspiraram.

Inspiração

Quando se tem vergonha de falar em público e um dia você acorda e BUMMM!!! se tornou uma palestrante

Desde a época do colégio eu sempre tive sérios problemas para apresentar trabalhos em sala de aula e isso se estendeu até a faculdade, era horrível a sensação de julgamento nos olhares de meus colegas, de gente torcendo para eu errar, de gente fazendo piadinhas enquanto você tenta apresentar um trabalho, tudo isso junto com a ansiedade. O colégio não foi fácil para mim, eu sofri um pouco na mão de meus colegas, e isso me deixou pouco a vontade para falar em público e me atirou em uma timidez que me atrapalhou boa parte da vida ao fazer amizades, eu não sabia iniciar uma conversa, eu não sabia o que falar e nem que assuntos eu poderia ter em comum com as pessoas, eu me fechava mais e mais em meu mundo de livros e me sentia confortável ali, amigos? quem precisava de amigos quando se tinha infindáveis páginas de livros para ler, eu estava na minha zona protegida e isso era tudo que importava.

Terminei o colégio sem precisar apresentar trabalhos, conseguia escapar de quase todos, mas quando cheguei na faculdade não foi tão fácil assim, como eu tinha um grupo de estudos grande eu conseguia passar despercebido e falar duas ou três frases e ninguém prestava muita atenção em mim, consegui passar o primeiro ano quase todo invisível, até que meu livro foi publicado, e meus colegas do grupo de estudo decidiram contar para uma de nossas professoras, aquilo foi um erro, ia ter uma semana inteira de palestras na faculdade e ela insistia para que eu desse uma palestra falando sobre publicação e mercado editorial, eu fiquei apavorada, eu queria ser escritora e ser lida, não vista, ela me tirou da zona de conforto e preparou tudo para mim, ela reservou a sala, agendou minha palestra e no dia, me ajudou fazendo uma abertura para que eu me sentisse menos nervosa, não me senti menos nervosa, eu estava apavorada, como em um dia eu era uma aluna invisível e no outro eu me tornei uma escritora e palestrante? eu torcia para que ninguém tivesse se inscrito na minha palestra, mas 40 pessoas se inscreveram, o nome da palestra? Poesia: sonhar, escrever e editar.

Palestra na faculdade Anhanguera de Osasco.

Acho que o nome atraiu essas pessoas, eu me inscreveria em uma palestra com esse nome, mas meu medo era não conseguir dar para aquelas pessoas o que elas estavam buscando, meu medo era elas esperarem algo completamente diferente do que eu estava ali para falar. Ás luzes se apagaram para eu passar os slides no projetor, eu não conseguia ver o rosto de mais ninguém no escuro, e foi ali que eu me encontrei e falei, contei-lhes tudo que eu fiz, o que eu havia aprendido, meus sonhos, meus medos, como consegui publicar, falei sobre as dificuldades do mercado editorial, eu me surpreendi com tudo que eu disse, eu gaguejei, repeti muitas vezes a mesma palavra, não tirava a mão do cabelo e da orelha em uma espécie de toque (Sério, em todas as fotos da palestra eu estou com a mão na orelha), fiquei com medo e muito nervosa, mas eu consegui, eu falei em público.

Olha o toque kkkk.

Professora Nadine.

Desde então eu tenho sido convidada todo meio de ano para dar em torno de 4  ou 5 palestras, em 2016 dei uma palestra no colégio Ana Aparecida Sant’ana em que estudei, metade do ensino fundamental e médio, foi ótimo retornar ali como escritora depois de tantos anos.

Ministrei palestras para as turmas da manhã, tarde e noite, foram um total de 6 palestras durante todo o dia, aquele foi o meu ponto alto, eu estava grávida, inchada e com medo, mas eu fui, em todas as palestras até hoje rola aquele medo e nervosismo, mas depois eu fico super a vontade, a única vez que palestrei para adultos foi aquela primeira na faculdade, desde então só tenho falado para crianças e adolescentes a fim de inspira-los a leitura, e isso vem dando muito certo para mim, eu estou apaixonada cada vez mais por isso, e eu não teria tido essa coragem sem o empurrão da minha professora de faculdade Nadine, em toda minha vida sempre foram meus professores que me inspiraram a ser o que eu queria ser, eles sempre me fizeram ir além do que eu podia chegar e foi por isso que decidi fazer faculdade de Letras para um dia fazer pelos outros o que um dia meus professores fizeram por mim.

Colégio Sesi – Santana de Parnaíba

Colégio Senhor Bom Jesus –  Pirapora do Bom Jesus

Colégio Senhor Bom Jesus – Pirapora do Bom Jesus

Colégio Renato – Pirapora do Bom Jesus

Colégio Renato – Pirapora do Bom Jesus

Colégio Sesi – Santana de Parnaíba

Colégio Ana Aparecida Sant’ana

Colégio Ana Aparecida Sant’ana

Colégio Ana Aparecida Sant’ana

Se tiver o interesse de agendar uma palestra, entre em contato através do e-mail: escritoraramos@gmail.com

Inspiração

“Todo poeta nasce das dores que não pode conter”

A história de como comecei a escrever.

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Eu tinha 14 anos e era uma garota tímida e com poucos amigos no colégio (Bemmmm cliché), me sentia incompreendida e parecia que meus colegas não tinham os mesmos interesses que eu. Eu já gostava muito de ler desde que aprendera a juntar as silabas para formar palavras, mas escrever só virou uma paixão naquele ano.

Eu tinha começado a oitava série e conheci uma professora muito especial de língua portuguesa que mudou minha vida sem saber, durante as aulas dela, ela me notou coisa que nenhum outro professor fez, ela percebeu que eu passava metade das aulas absorta em algum livro e lia sem parar, e começou a trocar ideias, me incentivando e indicando diversos autores, principalmente nacionais, entre eles lembro de dois que marcaram subjetivamente a minha vida, Vinícius de Moraes e Stanislaw Ponte Preta, ler os poemas de Vinícius e as crônicas de Stanislaw me deram uma visão mais ampla de mundo, do amor e do humor, eu fiquei encantada, as aulas de redação eram as minhas favoritas, onde eu podia expressar o que tinha aprendido lendo esses autores e como eu me sentia sem precisar falar.

Logo me vi querendo participar de concursos literários, houve um de poemas na cidade que eu vivo, eu me dediquei, sentei-me uma noite com meu pai e escrevemos um soneto, eu escrevia e ele me corrigia e ajudava nas rimas, ficou lindo, eu me apaixonei pelo meu primeiro poema, fiz as 3 vias para participar do concurso, mas por fim nunca as enviei, desisti e guardei aquele poema, escrevi mais diversos depois dele, e todos ficaram sempre guardados.

Eu me tornei uma desistente de quase tudo que eu começava, a timidez me levava tão para dentro de mim que eu tinha medo de falhar, então para não correr o risco de falhar eu desistia (Confeso que ainda hoje tenho um pouco dessas manias, mas em menor escala).

Poema que escrevi com meu pai:

Soneto da Alma

Ao seu amor não lastimarei,

Se bem que das coisas incompreendidas,

Sei que com elas eu irei,

Não me sentirei ofendida.

Nas profundezas do mar,

Irei afogar,

Toda mágoa perdida,

E as deixarei sentida.

E quando a leve brisa, meus cabelos tocar,

Breve por aqui irei estar,

Reluzente como uma gota do mar.

Constantemente eu sorrirei,

E assim logo acharei,

Minha alma perdida.

Anos mais tarde comecei a namorar um rapaz que não gostava do meu “hobbie”, era ciumento e na cabeça dele todos os poemas que eu havia escrito até então tinham sido para os amores que eu tive, e de fato foi, para amores não correspondidos que eu tive,  para os amores platônicos da minha vida, pois aquele rapaz foi meu primeiro namorado, acabei casando-me com ele e a poesia acabou entrando em total esquecimento, mas isso era o que ele pensava. Eu dormia e acordava pensando em escrever, mas não conseguia colocar nada no papel, não me sentia mais inspirada como antes.

Quando eu estava com 22 anos, um dia na casa de minha mãe encontrei um caderninho velho de anotações no meio das coisas de minha irmã caçula, era um caderninho com os meus primeiros poemas, eu os li e alguns reescrevi, e na mesma semana eu fiquei sabendo que haveria um encontro de poetas na cidade, fui munida de meus poemas reescritos e pela primeira vez declamei um de meus poemas para outras pessoas, coisa que eu nunca tinha feito na vida, esses encontros se repetiram uma vez por mês por mais dois anos e ao fim desses dois anos eu tinha poemas suficientes para escrever um livro, e foi ai que o sonho de se tornar poetisa foi tomando forma.

Eu passava meus dias escrevendo, e reescrevendo, e pela primeira vez na vida levei um projeto até o fim, eu não desisti.